quinta-feira, 7 de setembro de 2006

Molécula Assassina...

(...) Duas cientistas portugueses descobriram como funciona uma enzima que destrói moléculas responsáveis pelo metabolismo celular (...). A conquista científica permitirá novas aplicações da genética à medicina.

Pela primeira vez, as cientistas conseguiram tirar o retrato a três dimensões da enzima ribonuclease II (RNASE II), a «molécula destruidora», cujo funcionamento permanecia desconhecido até agora.

A «molécula destruidora» foi descoberta em Oeiras por uma equipa que inclui investigadores do Instituto de Tecnologia Química e Biológica da Universidade Nova de Lisboa (-..). A conquista científica (...), demorou cerca de três anos.

A ribonuclease II é uma enzima que degrada moléculas de RNA, que são os mensageiros que transportam a informação do genoma para as células, para que estas fabriquem as proteínas necessárias para construir e manter em boa forma um ser vivo.

O ácido ribonucleico (RNA) é um parente do DNA (ácido desoxirribonucleico), a molécula com que se escrevem os genes. Actua como um intermediário para traduzir o código de DNA em proteínas, transformando a célula numa fábrica de moléculas. Mas existem muitos RNA, com funções diferentes, que regulam e actuam como catalisadores de actividades celulares.

A RNase II faz parte de um grupo de enzimas que permitem cortar o RNA em "pedaços", quando é preciso deitar fora o mensageiro, depois de cumprir a sua função. «É muito importante para a célula controlar o número, o tipo e a qualidade dos diferentes RNA, porque é assim que a expressão dos genes é regulada», explica Cecília Arraiano, uma das autoras do trabalho, citada num comunicado de imprensa do ITQB.

Os cientistas usaram a técnica da cristalografia de raios X para conhecer a estrutura da RNase II. A cristalografia permitiu saber mais sobre esta enzima do que se apenas se dispusesse da sequência genética que comanda a sua produção (...).


in Diário Digital
(texto com supressões)

1 comentário:

Don Martins disse...

Epá, nós aqui descansados e RNA inocente a ser massacrado pela RNASE II, enfim...
Agora a sério, acho que é bastante importante para a comunidade cientifica portuguesa uma descoberta deste género. Há muito tempo que não se ouvia o nome de portugueses em descobertas concretas.